quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Alimentação Pós-Exercício


O objetivo da refeição pós-exercício é reabastecer as reservas musculares e hepática de glicose e otimizar a recuperação muscular.

Imediatamente após o exercício a enzima glicogênio-sintetase é ativada pela depleção dos estoques de glicogênio e é importante iniciar a reposição de carboidratos com o objetivo de repor esta reserva. Estudos indicam que a reposição deve acontecer em até 1 horas pós - treino, que é onde ocorre a chamada " janela da oportunidade" que acontece após um treinamento intenso.

Sabe-se que quando nossos estoques de carboidratos se acabam a principal via metabólica que usamos para produzir energia é a transformação de proteínas musculares em glicose. Dessa forma, se não forem restaurados esses estoques de carboidratos no organismo, ele vai transformar músculo em energia (catabolismo).

Depois do treinamento, os músculos estão mais adaptados a receber uma quantidade de glicose para a formaão de ATP e preencher os estoques de glicogênio (fase anabólica.)

Portanto, a manutenção da glicemia durante o exercício, a partir da ingestão adequada de carboidratos é fundamental para o restabelecimento adequado da capacidade de realização do exercício, a recuperação e o aumento de massa muscular são dependentes de um aporte energético adequado e ainda ajuda diminuir o efeito de queda do sistema imunológico.

O ideal é associar uma dieta que tenha carboidratos de alto índice glicêmico e com proteínas (estão presentes em alimentos de origem ananimal, como queijos, iogurtes, leites, carnes, frios magros). Além de frutas, podem ser usados sanduíches recheados com queijos e aves, vitaminas com mel ou iogurtes com salada de frutas. Não esquecendo da hidratação, que é muito importante antes, durante e após o treino.

As quantidades não foram especificadas devido as grandes variações individuais. Além disso, devo lembrar que as opções acima são apenas sugestões, devendo-se sempre respeitar os hábitos, preferências, alergias, aversões e intolerâncias alimentares de cada pessoa.
Escrito por: Vanuza de Freitas - Nutricionista
Fonte: SILVA; MURA. Tratado de Alimentação e Nutrição 2007.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Doença de Alzheimer na Nutrição


A doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa, progressiva, heterogênea nos seus aspectos etiológico, clínico e neuropatológico. A DA faz parte do grupo das mais importantes doenças comuns aos idosos que estão relacionadas, desde os estágios precoces, com um declínio progressivo funcional e uma perda gradual da autonomia que, em consequência, ocasionam, nos indivíduos por ela afetados, uma incapacidade funcional total.

Como ainda não se conhece completamente a etiopatogênese da DA, não é possível curar a doença, entretanto podemos fornecer um cuidado bem sucedido, uma vez instalada a enfermidade. Sabe-se que o diagnóstico precoce e preciso, a intervenção interdisciplinar, o envolvimento da família e dos grupos de apoio são de fundamental importância na abordagem de pacientes com DA.

Alguns estudos relatam maior prevalência da DA em indivíduos que consomem dietas ricas em colesterol, gorduras saturadas, pobres em fibras, vegetais e frutas.

Impactos da Doença de Alzheimer (DA) no Estado Nutricional

Um dos principais fatores que ocasionam a desnutrição, talvez o principal é a incapacidade funcional. Muitos idosos, quando perdem a sua capacidade de discernimento, começam a esquecer de se alimentar ou esquecem os valores nutritivos das refeições. À medida que se isolam socialmente, começam a perder a capacidade de fazer as suas compras; deprimem por se alimentarem sozinhos, mudam os seus hábitos alimentares. Com sua capacidade funcional afetada, os idosos deixam de preparar as suas refeições, alem de não conseguirem se alimentar sozinhos em uma fase mais avançada. Inexplicável perda de peso ocorre na DA. A perda de peso e a caquexia são achados importantes em paciente com DA, sendo considerados sintomas para a definição do diagnóstico

O idoso que apresentar um risco nutricional necessita de suplementação nutricional para evitar a desnutrição; caso já esteja apresentando um comprometimento em relação a deglutição (ato de engolir) a presença do fonoaudiólogo é fundamental para a manutenção da via oral, ao longo da doença, o que impacta positivamente a qualidade de vida. Devido aos distúrbios de comportamento, o paciente aumenta o seu gasto energético e diminui a sua ingestão alimentar. A dificuldade de lidar com esses idosos aumenta no que se refere à alimentação.

Precisamos usar a nossa criatividade, pois dessa forma vamos percebendo que pequenas intervenções fazem grandes diferenças.


Bibliografia:

Escrito por: Vanuza Freitas - Nutricionista

Guigoz Y. The mini nutritional assessment(MNA) review of the literature. Journal of Nutrition, Health and Ageing, v. 10, n. 6, 2006.

Nutrição no Envelhecer. Andréia Abdala & Eliane de Abreu Soares (org.) São Paulo: Editora Atheneu, 2002.




quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Diabetes e Nutrição


Diabetes Mellitus, popularmente conhecida apenas por DIABETES, é um distúrbio do metabolismo que afeta primeiramente os açúcares (glicose e outros), mas que também tem repercussões importantes sobre o metabolismo das gorduras (lipídeos) e das proteínas.

O organismo de indivíduos diabéticos não produz ou não responde à insulina, um hormônio produzido pelas células betas do pâncreas necessário para o uso ou armazenamento dos combustíveis corporais. Na ausência de ação efetiva da insulina, um quadro de hiperglicemia se instala ( glicose sanguínea elevada).
Muita gente pensa que o diabetes é uma doença simples e benigna, um probleminha banal de "açúcar alto no sangue". Na verdade, infelizmente não é bem assim. O diabetes é uma disfunção que, se não tratada e bem controlada, acaba produzindo, com o correr do tempo, lesões graves e potencialmente fatais, como o infarto do miocárdio, derrame cerebral, cegueira, impotência, nefropatia, úlcera nas pernas e até amputações de membros. Por outro lado, quando bem tratado e bem controlado, todas essas complicações crônicas podem ser evitadas e o paciente diabético pode ter uma vida perfeitamente normal.

A alimentação do diabético é um dos fatores fundamentais para manter os níveis glicêmicos dentro dos limites favoráveis, por isso a dieta e o planejamento alimentar deve ser cuidadosamente elaborado para cada pessoa.

O equilíbrio nas refeições garante boa nutrição e melhor controle da glicemia.

Uma dieta que contenha carboidratos complexos como pão (integral), batata, arroz, macarrão e se forem associados à fibras ajudam no controle glicêmico, pois lentifica a absorção de carboidratos na porção intestinal e evitam picos de glicemia ou queda abrupta nos valores.
A variedade de frutas e verduras na dieta é também muito importante no controle metabólico, pois além de fornecer vitaminas e minerais para o corpo, fornece uma quantidade grande de fibras, que auxiliam no controle da glicemia, evitando descompensações metabólicas.
As carnes devem ser magras, leite e derivados desnatados.

O nutricionista poderá avaliar se você deve recuperar ou perder peso e orientá-lo a quantidade adequada dos alimentos para suas necessidades, sempre aliados aos exercícios físicos.

Recomendações:

* Fracione os alimentos em várias pequenas refeições.
* Insulinos-dependentes devem ajustar o horário e as quantidades de alimentos ao seu esquema de insulina.
* Os não-insulino-dependentes devem fazer no mínimo 4 refeições diárias.

Fontes:
Roche - Divisão Diagnostics para Pacientes e Profissionais de Saúde.
Krause. Alimentos, nutrição e dietoterapia. Rio de Janeiro 2010.

Autora: Vanuza de Freitas - Nutricionista CRN 6393/DF